Seja bem-vindo ao blog dos Tarimbados, onde exploramos com mais detalhes as técnicas, dicas, truques e sugestões que fazem a diferença na cozinha.
Voltar25/11/2022
A galinha existe desde a pré-história e
segundo paleontólogos, o Archaeopterix é considerado o
antepassado de todas as aves. Estudos arqueológicos indicam que provavelmente a
domesticação das galinhas começou na Ásia, por volta de 8000 a 7500 a.C.
Os árabes criavam frango até
nas cidades: primeiro as galinhas, depois galos e frangos. Era a carne
preferida, de preço baixo e cozimento fácil e versátil. Alguns historiadores de
alimentos parecem não ter dúvidas de que alguns pratos à base de frango,
presentes em livros da culinária europeia, são de origem árabe, pois os nomes e
ingredientes utilizados evidenciam a origem.
Já na Idade Média, os
camponeses reservavam o consumo da carne de aves para os doentes e às refeições
festivas, pois precisavam garantir o abastecimento de ovos e as demandas dos
senhores feudais. O frango era uma das carnes oferecidas nos banquetes de
núpcias na época. Uma observação interessante sobre a culinária europeia dos
séculos XV-XVIII, é que na maior parte das regiões da Europa o frango cozido
era o mais comum, enquanto nas cozinhas aristocráticas destacavam-se os
assados, os fritos e as carnes com molho. Já na cozinha camponesa existia o uso
da frigideira para o preparo de omeletes e até mesmo fricassê de frango.
Já nos séculos XIX e XX, o
consumo da carne de aves teve uma pequena diminuição, passando de cerca de
2,2kg em 1850 para 1,8kg por ano, por pessoa em 1913. Esse consumo se manteve
estável entre as duas guerras, mas após a Segunda Guerra Mundial, com a
industrialização da criação de frangos e seu baixo custo, o consumo cresceu
rapidamente, passando de 1,2kg em 1950 para 9kg em 1972. A única exceção
ocorreu na Alemanha, onde houve aumento no consumo da carne de porco.
Existe a tese sobre a
existência de galinhas nativas, manejadas pelos índios, na América do Sul; mas
sabe-se também que os portugueses, nas suas expedições, trouxeram galinhas
europeias para o Brasil por volta de 1503.
Desde 2004 o Brasil é o maior
exportador de frango do mundo. Só em 2021 produziu cerca de 14,3 milhões de
toneladas de carne de frango, o que representou cerca de 35% da produção mundial.
Mesmo em ano de pandemia da covid-19, o Brasil bateu um recorde e foram
abatidas 6,18 bilhões de cabeças de frango e produzidas 3,98 bilhões de dúzias
de ovos no mesmo ano.
Atualmente é a carne mais
consumida no mundo. A Organização das Nações Unidas para Agricultura e
Alimentação (FAO) estimou o consumo de 133 milhões de toneladas de carne branca
no mundo em 2021.
Em 100g de peito de frango
sem pele cozido temos: 163kcal, 0g de carboidratos, 31,5g de proteínas, 3,2g de
gorduras e 0g de fibra alimentar.
Enquanto que em 100g de sobrecoxa
com pele assada, um corte mais gorduroso, temos: 260kcal, 0g de carboidratos,
28,7g de proteínas, 15,2g de gorduras e 0g de fibra alimentar.
A carne do frango, assim como
os demais tipos de carne, possui alto valor biológico: significa que possui
todos os aminoácidos em quantidades adequadas para crescimento de novos tecidos
e manutenção dos já existentes.
É também fonte de proteínas e
diversas vitaminas, como as do complexo B e vitamina A, e minerais como Ferro e
Selênio.
O frango costuma ser uma das principais fontes de contaminação alimentar pois, quando crua, possui a bactéria Campylobacter e eventualmente Salmonella e Clostridium perfringens, sendo essa a razão de não poder ser consumida crua ou mal passada como a carne bovina (carpaccio, tartar, filés e hambúrgueres bem vermelhos). Além do cuidado com o cozimento, devemos cuidar também sua manipulação durante o pré-preparo, começando por não lavá-lo para não espalhar esses micro-organismos pela sua pia e bancada. Após mexer com o frango cru, deve-se higienizar corretamente as mãos, tábua e faca usados para evitar a contaminação cruzada.
O pé de frango é conhecido
pelo alto teor de colágeno, formando, quando fervido, um caldo gelatinoso e
riquíssimo em nutrientes. Se você tiver uma alimentação adequada e incluir esse
tipo de nutriente na sua rotina, isso pode auxiliar para melhora do aspecto da
pele, pois alguns estudos sugerem que o colágeno pode contribuir para
hidratação, firmeza, elasticidade e densidade dela.
A altíssima produção de ovos
e abates não é compatível com o ciclo natural dos animais. Para suprir a
demanda mundial, as galinhas poedeiras são criadas em sistema de confinamento
intensivo. A criação é feita em gaiolas,
em um espaço minúsculo, onde os criadores colocam o maior número de galinhas
possível. Isso permitiu que os ovos fossem produzidos e comercializados por um
valor bastante baixo, mas o prejuízo para a saúde dos animais é enorme.
Tendo como objetivo a melhora
da saúde desses animais, o mundo está aprovando diversas regulamentações que
proíbem esse modelo de criação. No Brasil, 95% da criação ainda segue esse
modelo. Outra forma que parece melhor é o cage free (livre de gaiolas),
no qual as galinhas não ficam em gaiolas, mas não são criadas soltas; ficam
soltas dentro do galpão e não têm acesso ao pasto. Pode haver o risco de
canibalismo nesse tipo de modelo; então o bico das galinhas é aparado quando elas
têm 10 dias de vida. Existe também uma série de regras no que diz respeito à
alimentação, manejo, número de ninhos, uso de antibióticos e hormônios.
Além desses tipos, existe o
sistema caipira, onde as aves podem ficar ao ar livre, o sistema free range.
Nesse sistema as galinhas têm acesso diário à área externa por pelo menos 6h
por dia. Por último, o sistema orgânico, cuja principal diferença com relação
ao sistema anterior é o tipo de ração utilizado. Fica claro que nenhum dos
modelos é capaz de suprir todos os aspectos que garantam o bem-estar do animal,
mas nos mais intensivos o tipo de vida do animal é realmente sofrido.
Além do bem-estar animal, a
avicultura pode impactar o ambiente pela contaminação da água no entorno dos
locais de criação, pelo manejo incorreto de resíduos e também pela má
administração dos recursos, podendo haver um grande desperdício de água.
Aqui na Tarimba você tem acesso
a centenas de receitas com carne de frango, desde caldos, sopas e saladas até
pratos principais mais elaborados.
As receitas de frango podem ser
acessadas pelos seus diferentes cortes e versões processadas ou de
reaproveitamento. Veja abaixo.
Inteiro
Frango caipira inteiro
Frango inteiro ou em pedaços
com osso
Cortes
Coxa da asa de frango /
Drumet
Frango carne escura (Coxa /
Sobrecoxa / Coxa com sobrecoxa)
Miúdos de frango (Fígado /
Coração / Moela)
Peito de frango
Sassami de frango (Filé de
frango)
Processados
Frango defumado
Capeletti com recheio de
frango
Caldo de frango
Aproveitamento total
Carcaça de frango
Frango desfiado (pode ser
reaproveitamento)
Frango de panela ou frango assado (reaproveitamento)
Pesquise pela versão que tiver disponível e aí é só tarimbar!
Sobre a autora: Luísa Mascarenhas. Nutricionista. CRN 26381
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Imagem de capa: Frango recheado pronto para assar. Acervo Tarimba na Cozinha