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Voltar05/08/2022
A Origem do Arroz
Os historiadores de alimentos
relatam que o arroz era cultivado no sudeste asiático e na África Ocidental
desde 3000 a.C., com espécies diferentes nos dois lugares. Já na era cristã, os
árabes foram os responsáveis por levar o arroz asiático para a África,
inclusive para a região do Delta do Nilo, ficando conhecido em seguida também
pelos países mediterrâneos.
O consumo do arroz foi então
se estendendo pela Índia, China, antiga Pérsia (atual Irã) e depois sendo levado
ao Japão pelos chineses e para outras regiões no mundo, como Europa, por povos
nômades.
No Brasil, o arroz tem
importância política, social e econômica desde os tempos coloniais.
Alguns países asiáticos são
responsáveis pela produção de cerca de 90% do arroz do mundo todo, sendo China
e Índia os maiores produtores mundiais. O Brasil ocupa o nono lugar no ranking mundial,
produzindo cerca de 1,6% do total.
O arroz é um dos principais
componentes da dieta do brasileiro. Sua produção foi sempre incentivada para
garantir os níveis de oferta e consumo para a população mais carente.
Em decorrência da pandemia, o preço do arroz disparou por vários motivos, entre eles o desabastecimento do mercado mundial (China, Índia e Vietnã deixaram de exportar para garantir o abastecimento interno) e a desvalorização do real (R$), o que tornou as exportações mais atrativas aos produtores brasileiros. Um item tão importante para a alimentação diária do brasileiro deixou de ser consumido por um número enorme de famílias que perderam demais o poder de consumo.
Os diferentes tipos desse
grão possuem diferentes texturas, tamanhos e tempos de cozimento. Abaixo
listaremos os tipos encontrados na maioria dos mercados brasileiros.
Em 100g de arroz branco temos:
128kcal, 28,1g de carboidratos, 2,5g de proteínas, 0,2g de gorduras e 1,6g de
fibra alimentar.
Em 100g de arroz integral
temos: 123kcal, 26g de carboidratos, 2,6g de proteínas, 1,0g de gorduras e 2,8g
de fibra alimentar.
O arroz é excelente fonte de
energia e não precisa ser cortado da alimentação pelas pessoas que desejam
emagrecer; basta diminuir as quantidades e equilibrar melhor o prato com
verduras, legumes e fontes de proteínas como grãos e carnes. As quantidades
dependem dos objetivos individuais. Não podemos comparar o consumo energético
de um adolescente ativo fisicamente em fase de crescimento com o de um adulto
com sobrepeso e com comportamento e rotina sedentária.
O índice glicêmico* do arroz
branco e do arroz integral são muito semelhantes; então, mesmo para os
diabéticos, não faz tanta diferença consumir um ou outro. Sendo assim, o
consumo para esse grupo deve ser sempre moderado, individualizado e bem
orientado.
*índice glicêmico é um número calculado usado como indicador da velocidade com que o açúcar (carboidrato) presente nos alimentos chega ao sangue (corrente sanguínea), aumentando assim os níveis da glicemia (concentração de açúcar no sangue). Quanto maior o número, maior a velocidade com que os níveis de açúcar no sangue sobem, sendo um indicativo útil para a escolha dos alimentos de quem tem diabetes.
Nas prateleiras dos supermercados vemos pelas embalagens que além do tipo, o arroz tem outras
especificações, que nem sempre são do nosso conhecimento.
Vamos tentar passar a seguir uma orientação para lhe ajudar a entender o que elas significam.
Especificações sobre a qualidade do arroz:
Arroz tipo 1 – possui no mínimo 92,5% de grãos inteiros;
Arroz tipo 2 – pode chegar a ter 15% dos grãos quebrados ou com defeitos;
Arroz tipo 3, 4 e 5 – a quantidade dos grãos com defeitos ou quebrados varia de 25% a 40% .
Importante! Essa numeração de 1 a 5 se atribui apenas ao arroz do tipo agulhinha (branco). E quanto mais grãos com defeito ou quebrados tem um arroz, além do seu aspecto final ser menos interessante, mais ele tende a ficar empapado depois do cozimento.
Especificações sobre o formato dos grãos:
Arroz longo fino – os grãos
medem de 6,00mm para mais no comprimento, por até 1,90mm de espessura. A relação
comprimento/ largura depois do polimento dos grãos não deve ser menor que 2,75;
Arroz longo – os grãos medem igualmente de 6,00mm para mais no comprimento, mas podem ter mais de 1,90mm de espessura ( medidas finais depois do polimento dos grãos);
Arroz médio – os grãos medem de 5,00mm a menos de 6,00mm no comprimento, após o polimento dos grãos;
Arroz curto – os grãos medem menos de 5,00mm de comprimento, após o polimento dos grãos;
Arroz misturado – são os produtos que estão fora desses padrões.
- A palavra parboilizado pode
parecer esquisita mas ela vem do inglês parboiled, que é a junção das palavras
“partial”(parcialmente) e “boiled”(fervido), que indica a ideia de que o
alimento é parcialmente fervido. A indústria tentou utilizar o nome
“pré-cozido”, mas foi vetada pelo Ministério da Agricultura pois o processo de
parboilização, tecnicamente não chega a ser um processo de cozimento.
- Quando colocamos o arroz na geladeira, ocorre uma leve desidratação, assim como nos outros alimentos. Somado a isso, o amido (presente no arroz e nas preparações engrossadas com amido de milho também) sofre alguns processos químicos no qual ele volta levemente ao estado sólido que tinha antes de ser cozido, deixando o arroz mais seco e durinho, quase quebradiço mesmo. Assim, para tentar devolver um pouco da água removida nesses processos, colocar pequena quantidade de água, ou alguma caldo, na hora de aquecer o arroz pode devolver a maciez e textura, fazendo o grão guardado na geladeira parecer fresquinho novamente.
Aqui na Tarimba na Cozinha temos ainda várias outras receitas com arroz, algumas bastante tradicionais e já famosas, como é o caso do Arroz Carreteiro, do Baião de Dois, da Galinhada Goiana, do Arroz de Braga, dos Moros e Cristianos, do Risoto Milanês, do Arroz Marroquino de Carne, da Sarma, do Arroz Chop Suey e dos Suhis de Atum e Pepino, até as mais inovadoras como os Risotos de Manga com Shitake e de Cogumelos, Cenoura e Maçã. Isso sem esquecer as Receitas +, feitas com reaproveitamentos, ou preparações de arroz com cascas, folhas e talos, como é o caso do Arroz de Churrasco +, do Bolinho de Arroz +, do Waffle de Arroz +, do Arroz com Folhas de Brócolis + e do Arroz Cremoso com Casca de Abóbora +, dentre outros.
Não deixe de testar todas essas gostosuras.
Sobre a autora: Luísa Mascarenhas. Nutricionista. CRN 26381
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Imagem de capa: Variedades de arroz. Acervo Tarimba na
Cozinha